Para contar minha história com a Medicina, poderia começar de muitos modos. Escolho uma cena, em meio à minha formação como médico, quando fazia plantão no Pronto Socorro do Hospital do Trabalhador, da UFPR. Lá, atendíamos traumas de todos os tipos. E, sempre que havia um ferimento no rosto, meus colegas deixavam para mim: eu gostava da delicadeza do procedimento e tratava os casos com todo o capricho e a paciência que eles mereciam. Foi assim, durante aqueles plantões, que descobri minha vocação para a Cirurgia plástica.

Mas essa história começa muito antes, antes mesmo de eu nascer. Meu pai sonhava em se tornar médico e, por falta de oportunidade, transferiu esse desejo para os filhos: dizia, para mim e para os meus irmãos, que desejava que um de nós escolhesse a profissão que ele sonhara. Este sonho permaneceu em mim, mas demorou alguns anos para se concretizar. Primeiro, cursei Engenharia Elétrica e trabalhei na área até que, quando pude, comecei a estudar Medicina.

Durante a graduação, na Universidade Federal do Paraná, comecei encantado pela Medicina como um todo. Então me dedicava ao máximo a cada uma das áreas, pois sabia que, no futuro, precisaria optar por uma delas. Mas não apenas por isso: eu também me preparava para estar disponível quando alguém precisasse. Até o momento em que, durante um estágio voluntário no Hospital do Câncer, em Curitiba, encontrei parte do meu caminho: percebi que gostaria de seguir carreira na área cirúrgica. Então fiz especialização em Cirurgia Geral no CETEFI – Centro Terapêutico Especializado em Fígado. E, por último, especializei-me em Cirurgia Plástica, pela Santa Casa de Misericórdia de Santos.

Hoje, tenho a alegria de dizer que a Medicina transformou a minha vida. Ela me deu uma profissão que amo, me levou a outros países e me permitiu crescer como pessoa. Ao mesmo tempo, é com ela que, a cada dia, transformo outras vidas. Tenho como compromissos a atualização e o estudo constantes, além de sempre manter uma atenção cuidadosa aos pacientes, às suas histórias e ao modo como cada pessoa precisa ser tratada. Aquele capricho pelo qual fui reconhecido durante os plantões é, hoje, como eu gosto de ser lembrado pelos meus colegas e pacientes.